O Menino de Libra

Era uma noite morna, típica de verão. Eu estava rolando na cama, sem sono, olhando o movimento de pouso e decolagem das aeronaves. O céu estava limpo, mas não se via estrelas. Acho que era culpa da cidade, que vivia disputando quem brilha mais. Fez com que as estrelas fossem brilhar em outros lugares.


De repente uma luz verde intermitente apareceu, e me chamou atenção. Fui até a janela e fiquei observando.
Pensamentos começaram a fluir. Pelo menos eu pensei que fossem pensamentos, mas depois percebi que se tratava era de um diálogo.
Naquela luz brilhante havia um menino chamado Sydow, que veio da constelação de Libra e estava falando comigo em pensamento!


Sydow era um serzinho tímido, inteligente, curioso e louco por videogames. Ele tinha um estranho instrumento em sua língua que podia levar as pessoas a outras galáxias. Falamos um do outro, de planetas e videogames, mas mesmo já sabendo o meu nome, ele insistia em me chamar de Bb.


Ele disse que vivia sozinho em seu planeta, e que sentia falta de companhia.
Então eu perguntei: -- Posso ir um dia até lá? Ele respondeu: --Você pode ir sempre que quiser, Bb.
Um dia, peguei a mochila, juntei umas roupas, coragem e um pouco de ansiedade e fui, com destino a Gliese 581g. E agora, volto lá sempre que posso.


Desde então aquele planetinha brilha tanto, mas tanto, que até os cientistas aqui na Terra já conseguiram enxergá-lo.