quinta-feira, 29 de abril de 2010

Menina Anjo

Eu queria ser uma menina anjo.
Com olhos e cabelos claros, pele translúcida e luminosa.
A menina anjo que povoa seus sonhos.
Com sua voz suave embala o seu sono e sussura na sua memória nos momentos de saudade.
Ah, como eu queria ser essa menina anjo...
Cujos lábios de rosas vem beijar os seus e as mãos de algodão podem tocá-lo.
E que a minha aparição iluminasse o seu olhar, tal qual menina anjo faz.
Mas minha pele cor de carne e olhos cor de terra não te encantam.
Mulher do mundo não se compara com etérea criatura.
Então eu sigo andando, sonhando um dia ser uma menina anjo...
Não pretendo parar, me diz quem caminha quando se pode voar?


Chupado do Blog da Amanda Penha (http://sentimentosdeumpoeta.blogspot.com)

sábado, 24 de abril de 2010

Espanando as teias da vida

Ando refletindo muito sobre a vida que a gente vive.
Aquela vida que a gente se acostuma, que a gente vai levando... Nem sempre é a vida que a gente espera, quanse nunca é a vida que a gente quer. Mas a gente vai vivendo. Porque assim é melhor, porque assado é mais fácil.
Ando pensando na falta que faz a beleza do difícil. O gostinho bom de desafio superado e que raramente nos damos o prazer de saborear.
Tenho mesmo observado, olhando para trás, que quando a vida segue morna, igual, o tempo passa tão rápido que de repente a gente se vê dez anos mais velho e se pergunta: "E aí, o que foi que eu fiz nesse tempo?"
Concluí que mais importante do que seguir uma vida de planície é entender que a força da existência está nas experiências, nos experimentos. Está em provar o "se".
Aí, quando olharmos para trás, poderemos dizer com um sorriso nos lábios: "Nossa, quanta coisa eu já vivi..."

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Aos amigos

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra, com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas muitas vidas
É feita uma árvore.

Desejo sim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher, tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.
 
Victor Hugo

QUASE

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo)

5 anos depois...

  Confesso que me surpreendeu a ainda existência dessa página. E vejam só, em pleno reinado das redes sociais, eis-me aqui "blogando&qu...